A
TOPOFILIA NO SERTÃO DE GUIMARÃES ROSA
Fernanda
Bezerra de Aragão CORREIA (UFS)
Sirley
Almeida Adelino BAIÃO (UFS)
RESUMO: O presente
artigo tem como objetivo investigar as relações de intimidade com o espaço
geográfico no escritor mineiro Guimarães Rosa. Tomaremos como corpus de investigação a sua obra máxima
Grande Sertão: Veredas (2001) e analisaremos as relações do protagonista jagunço
Riobaldo com o seu espaço físico. Esta investigação só será possível se
tomarmos a topofilia, isto é, a percepção do lugar a partir da sua dimensão
afetiva, como balizadora da análise. Recorrendo à topoanálise, proposta pelo
filósofo francês Gaston Bachelard, e às relações topofílicas do geógrafo chinês
e humanista Yi-Fu Tuan, investigaremos como se dão os níveis de intimidade,
possibilitando transcender o espaço físico em direção aos espaços vividos,
engendrando um mergulho intimista. Nesta obra de grande profundidade e
intensidade, Guimarães Rosa nos apresenta um sertão ora rude, ora belo, e que
nessa dialética dos espaços o protagonista não vive apenas no meio, ele é o próprio sertão e o representa. Por
uma ótica autodiegética, o narrador-protagonista pode tanto narrar o espaço
geográfico, narrativa que flerta com o oral, quanto construir seu sertão. Embora a riqueza da espacialidade
seja tema corrente na literatura rosiana, não se restringindo ao Grande Sertão: Veredas, em uma escrita
que corre como fluxos pelos gerais, adentrar na intimidade do universo rosiano
é desvelar uma escrita que ultrapassa limites, indo além de suas fronteiras.
Palavras-chave: Intimidade,
lugar, topoanálise, transcendência.
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