GEORGES PEREC E O SILENCIO PRIMORDIAL



GEORGES PEREC E O SILÊNCIO PRIMORDIAL

Rodrigo Michell dos Santos ARAUJO (UFS)


RESUMO: Este artigo busca analisar a questão do silêncio na escrita de Georges Perec. Para isso, tomamos como corpus de investigação o romance Um homem que dorme (1988) e argumentaremos que a escrita perequiana, a partir do romance estudado, só é possível com o silêncio primordial. Membro do OULIPO (Ouvroir de Littérature Potentielle) desde 1967, um grupo que gira em torno da literatura e da matemática, a fim de criar novas possibilidades para a literatura, o escritor francês Georges Perec levou aos limites as propostas do grupo por meio de uma escrita palindrômica e carregada de anagramas, sempre flertando com as construções matemáticas. Em Um homem que dorme, toda a narrativa nos é apresentada pela ótica do narrador heterodiegético e a partir do pronome de tratamento “você”. Uma Paris cinza, transitada por um protagonista decadente e inerte. Chegar ao silêncio primordial só será possível pelo sono do protagonista como experiência extática, fazendo deste momento de repouso uma nadificação. A partir do pensamento francês contemporâneo, especificamente a crítica literária de Maurice Blanchot, será possível pôr a escrita de Georges Perec em torno do silêncio, do sono e do nada, uma escrita que, como num risco essencial, deseja o silêncio enquanto única e verdadeira comunicação.

Palavras-chave: Georges Perec, silêncio, sono, nada, Blanchot.

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